Abstract
Oconceito de tecnologia desenvolvido por Michel Foucault ocupa uma posição ambígua na pesquisa organizacional contemporânea. Por um lado, a noção foucaultiana de “tecnologias de poder” tornou-se uma ferramenta analítica chave para pesquisadores organizacionais que buscam compreender as complexidades do poder na vida organizacional. Por outro, a abordagem foucaultiana à análise organizacional foi amplamente criticada por negligenciar a ação dos atores humanos, que figuram antes como meros instrumentos do poder, do discurso ou das tecnologias de poder. Este artigo argumenta que essa crítica amplamente aceita faz pouca justiça ao pensamento de Foucault sobre tecnologia e organização. Reavaliando o próprio conceito de tecnologia de Foucault, em especial no contexto de suas palestras de 1978, argumentamos que a crítica convencional da “negligência da ação” é mal orientada. Para fugir a essa ortodoxia interpretativa, empreenderemos uma reformulação do tema da tecnologia e da relação entre as tecnologias e as práticas organizacionais. As tecnologias de Foucault, afirmamos, não podem ser simplesmente avaliadas como ameaçadoras ou excludentes do potencial humano. As tecnologias são configurações híbridas e móveis, completamente o oposto das “jaulas de ferro” que ostensivamente envolvem as organizações e reprimem os sujeitos.
Originalsprog | Portugisisk |
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Tidsskrift | Organizacoes & Sociedade |
Vol/bind | 21 |
Udgave nummer | 71 |
Sider (fra-til) | 643-660 |
ISSN | 1413-585X |
Status | Udgivet - 2014 |
Emneord
- Tecnologia
- Foucault
- Ação
- Racionalidade
- Diagrama